O senecavírus é uma doença relativamente nova nos rebanhos de suínos. Ela causa lesões no focinho dos animais e em torno da coroa dos cascos. Os primeiros casos da doença foram relatados em 1988, nos Estados Unidos, quando o agente circulava de maneira silenciosa nos rebanhos.
No Brasil, os primeiros casos de senecavírus foram registrados entre 2014 e 2015. Até então, os produtores relacionavam as doenças vesiculares que causavam estas lesões a problemas sanitários. Isso porque a manifestação da doença no rebanho é muito semelhante à de outras, que devem ser obrigatoriamente notificadas a órgãos de fiscalização, como:
- Febre aftosa;
- Doença vesicular dos suínos;
- Estomatite vesicular;
- Doença exantemática dos suínos.
Porém, ao realizar testes para estas doenças o resultado foi negativo. Sendo assim, foram realizados testes para senecavírus, confirmando sua circulação no Brasil. Os produtores e técnicos perceberam então que esta enfermidade já circulava em diversos estados brasileiros, como Minas Gerais, toda a região Centro-Oeste e os estados do Sul.
Acompanhe nosso post e veja como proteger o seu rebanho.
Entenda a doença causada pelo senecavírus
Os principais sintomas de senecavírus são a dificuldade de locomoção, lesões na boca, focinho e casco. Pode haver febre em alguns animais, mas não é muito perceptível.
A infecção do senecavírus só pode ser diferenciada da febre aftosa com testes em laboratório. Para detectá-la, é necessário raspar as lesões ou colher suabes do líquido vesicular, além de órgãos como baço, rins, tonsilas, pulmão, intestino e linfonodos.
Por conta de sua disseminação, diversas granjas foram interditadas. Em Minas Gerais, o número de interdições chegou a 60.
O senecavírus está espalhado pelo Brasil e causa surtos em rebanhos que ainda não possuem imunidade contra o seu agente infeccioso, o Senecavírus A. Dessa forma, ele é uma doença emergente na suinocultura brasileira.
Transmissão da doença
A transmissão do senecavírus é pelo contato direto dos suínos com excreções fecal-oral. Ele pode ser eliminado no sangue, urina ou saliva do animal infectado, que são as principais formas de transmissão.
O vírus resiste no ambiente e por isso as medidas de sanitização são importantes para que ele não se prolifere. Isso porque ele pode contaminar os uniformes e botas dos produtores e utensílios utilizados na criação e manejo.
Se não for exterminado através de limpeza, o vírus pode entrar em contato com animais sadios de outros ambientes pelas mucosas orais e nasais ou pele.
Apesar disso, a doença não causa problemas à saúde pública nem aos consumidores, pois se limita ao rebanho.
Quando os animais são diagnosticados no início da doença, podem seguir para o abate nos frigoríficos. Porém, as Guias de Trânsito Animal (GTA) destes suínos precisarão ter uma observação sobre a contaminação por senecavírus.
Sintomas nas diferentes fases
Os sintomas de senecavírus se manifestam de uma a duas semanas de contaminação. A mortalidade nos rebanhos atingidos varia de 10% a 70%, com maior incidência em leitões recém-nascidos.
Maternidade
Os sinais são mais percebidos na fase de maternidade, pois causam diarreia e desidratação nos primeiros dias de vida do animal. Eles podem apresentar anorexia, febre e tontura. É comum encontrar resíduos de leite no estômago dos animais vítimas do senecavírus. A taxa de mortalidade é mais alta nesta fase.
Terminação
Na fase de terminação, o senecavírus causa anorexia e febre nos animais. Alguns podem apresentar vesículas e lesões em algumas partes do corpo, principalmente mucosas.
Reprodução
Nos animais reprodutores, é possível encontrar lesões nos cascos e na almofada plantar.
Como proteger meu rebanho?
Para evitar a contaminação dos suínos, principalmente nas fases iniciais de desenvolvimento, é fundamental propiciar um ambiente saudável com espaço. Essa preocupação e cuidado fazem parte do manejo do rebanho, para que ele cresça em condições saudáveis.
O manejo sanitário ajuda a evitar doenças e pode ser realizado com a sanitização do ambiente. O desenvolvimento dos suínos depende também da adequação da ração, água e ventilação para uma vida saudável e livre de doenças desses animais.
Além disso, todas essas medidas auxiliam na promoção do bem-estar animal. Veja algumas soluções para controlar o senecavírus e manter sua granja protegida:
Utilize barreiras físicas para evitar o contato
Instalar barreiras físicas nos locais de entrada e saída de pessoas ajuda a promover a biossegurança. Elas evitam que os agentes patógenos entrem nesses ambientes, bem como evitam que eles se disseminem de áreas sem segurança para áreas já esterilizadas.
Redobre a atenção com limpeza e desinfecção
As instalações, veículos e equipamentos utilizados no manejo dos animais precisam passar por limpeza e desinfecção, a fim de controlar a disseminação do senecavírus e de outras doenças. Algumas ações podem ser tomadas:
- Esvaziamento de fossas;
- Desmonte e lavagem dos equipamentos;
- Limpeza de baias ou boxes após a saída dos animais;
- Retirada de matéria orgânica das paredes e pisos com detergentes.
Faça o manejo correto do vazio sanitário
O vazio sanitário é uma área que também precisa de atenção quanto à limpeza. Por ali circulam colaboradores e animais que já foram deslocados para outras áreas. É pela possibilidade de contaminação que a área precisa ser limpa antes de receber outros lotes.
Faça o controle de roedores e aves
O controle de outros animais é importante para evitar que eles transmitam outras doenças ao seu rebanho. Neste sentido, o isolamento e distanciamento entre o abatedouro e a granja, ou entre criações ajuda a minimizar a transmissão de patógenos por vias áereas e por vetores como roedores e aves.
Para exterminá-los, é possível utilizar iscas próximas às suas tocas, quando encontradas. Por isso, é necessário fiscalizar a área com frequência.
Faça quarentena com os animais novos da granja
A imunização contra determinadas doenças depende da localização da granja e da origem do plantel. Dessa forma, quando recebidos novos animais na granja ou houver uma nova ninhada, é importante isolá-los. Assim, nem os animais recém-chegados contaminam os outros, nem os recém-nascidos são contaminados por algum agente infeccioso.
E como fazer o controle de todos esses fatores para promover uma vida mais saudável e livre de doenças para seu rebanho?
Afinal, ainda não existe uma vacina para proteger os animais, então as medidas profiláticas são essenciais.
O uso de tecnologia no campo para acompanhar a administração de ração, água e o manejo em geral é uma tendência para minimizar problemas como estes.
A solução Meu Lote ajuda a melhorar a gestão da suinocultura, pois fornece informações sobre o rebanho em tempo real. Assim, a qualquer sinal de desvios nos lotes de suínos, você pode agir de maneira ágil e eficiente.
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