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Produção de suínos

Suinocultura: fases de engorda, manejo e gestão de granjas suínas

Por 10 de agosto de 2020março 16th, 2021Sem comentários

Atualmente, a carne suína é a mais consumida em todo o mundo. Além disso, a suinocultura é um dos ramos mais lucrativos da pecuária, uma vez que essa classe animal adapta-se bem a diferentes condições climáticas, é bastante prolífera e tem um grande rendimento de carne.

A criação de suínos tem uma grande importância econômica e social no Brasil, país responsável por uma parcela significativa da produção mundial dessa proteína. 

O Brasil é responsável por 10% do volume total de carne suína exportada no mundo, com um lucro de mais de US$ 1 bilhão por ano. Os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os maiores produtores.

O destaque nacional na criação de suínos é resultado da combinação de alguns fatores essenciais, como:

  • Sanidade;
  • Nutrição;
  • Manejo das fases de engorda dos suínos;
  • Produção integrada;
  • Aprimoramento gerencial dos produtores.

Um bom acompanhamento e controle das fases de engorda é imprescindível para a eficiência de todas as etapas da criação de suínos. 

Portanto, neste artigo abordaremos as melhores técnicas e indicadores que podem ser aplicados nesse processo. Mostraremos, também, como o uso de tecnologias pode auxiliar na gestão da suinocultura. 

Boa leitura!

Suinocultura: melhores técnicas para as fases de engorda

Como vimos, um dos fatores decisivos para a eficiência da criação de suínos é o manejo das fases de engorda. Isso porque a resposta dos animais depende das condições do ambiente e das instalações. Confira as melhores técnicas para otimizar essas fases!

Fase de creche

Os suínos permanecem nesta fase em torno de 42 dias, tendo inicialmente uma massa corporal média de 6,5 kg. Após sua permanência, devem atingir uma média de 25 kg.

Nesta fase, os animais acabaram de ser desmamados. Portanto, devem ser direcionados ao ambiente de maneira tranquila para não causar nenhum estresse.

Para isso, a organização dos lotes deve ser feita conforme a variação natural do tamanho das leitegadas. Normalmente, a lotação recomendada é de 3 leitões por metro quadrado e baias com um número próximo a 20 leitões – sempre considerando o tamanho, a idade e o sexo dos animais.

Também é importante evitar misturar mais de três leitegadas diferentes, para não prejudicar a saúde física e mental dos animais. Isso porque os suínos formam uma ordem social estabelecendo uma hierarquia entre si. Assim, um espaço inadequado pode gerar brigas e competições, acarretando comportamentos não saudáveis, como sucção do umbigo e o ato de morder a cauda e a orelha de outros leitões.

Além disso, deve-se destinar um espaço para a “baía enfermaria”, onde os suínos que apresentam problemas devem ser alocados. Assim, é possível propiciar um ambiente mais adequado e saudável.

Também deve-se facilitar o acesso aos comedouros e bebedouros, para que os suínos tenham liberdade para se alimentarem, além de proporcionar rações com uma composição adequada às necessidades nutricionais dos leitões.

Indica-se, ainda, manter o controle de temperatura no crechário, pois estes animais possuem sensibilidade a temperaturas extremas, tanto para o frio quanto para o calor. Nos 14 primeiros dias, recomenda-se manter uma média de 28 °C e, depois, reduzir gradativamente até 24 °C.

Fase de terminação

Esta fase é dividida em:

  • Fase de crescimento, em que é feita a deposição proteica para o crescimento muscular dos suínos de 63 a 110 dias de vida;
  • Fase de terminação propriamente dita, em que é feita a deposição lipídica e que compreende a partir dos 110 dias de vida até o abate.

Após o crescimento, os suínos atingem a massa corporal média de 70 kg e, ao final da fase de terminação, devem chegar entre 100 e 120 kg.

O manejo deve ocorrer com animais do mesmo lote e o espaço adequado é de 1 m2 por suíno (100 kg).

A temperatura recomendada para os animais na fase de terminação é em torno de 18 a 16 °C.

Em relação à alimentação, a ração pode ser administrada de forma restrita ou não, dependendo dos critérios da granja com base no comportamento dos animais. É preciso levar em conta fatores como idade, peso e potencial genético. Para satisfazer as exigências nutricionais, recomenda-se um consumo médio de 2,5 a 3,0 kg/suíno/dia.

Além disso, é importante a realização da higienização do ambiente para otimizar o bem-estar dos animais, além do controle das vacinas e de medicação para fortalecer o sistema imunológico dos suínos, evitando patologias e até mesmo a mortalidade.

Wean-to-finish

Outra técnica utilizada na suinocultura é o wean-to-finish, um sistema de criação em que os leitões desmamados são destinados diretamente para o galpão de terminação, sem passar pela fase de creche.

Dessa forma, os animais passam pelas fases de engorda da creche à terminação em apenas uma instalação. O sistema tem como objetivo reduzir custos com o transporte dos leitões e gastos com mão de obra. Além disso, também contribui para a redução do estresse dos animais causado por novas hierarquias.

O wean-to-finish também visa simplificar os fluxos de produção de suínos, melhorando o desempenho e a eficiência.

Por outro lado, é preciso considerar os custos com galpões maiores e com água e energia para o aquecimento das instalações.

O manejo no sistema wean-to-finish pode ser feito de duas formas. Uma delas é o modelo tradicional, em que os leitões são alojados com, aproximadamente, 6 kg, permanecendo até o abate, quando chegam de 115 a 145 kg.

A outra forma é o modelo de duplo alojamento, em que se coloca inicialmente o dobro de leitões. Quando eles atingem 25 kg, metade dos animais é transferida para uma instalação de terminação tradicional.

Para a implementação de sistema wean-to-finish, é essencial que o produtor tome alguns cuidados para garantir o bem-estar dos suínos. Algumas práticas importantes são:

  • Adotar comedouros com sistema de regulagem eficiente para ajustá-los constantemente conforme o crescimento do animal;
  • Utilizar bebedouros ajustáveis, que permitam a regulagem da vazão de água, variando de 500 ml/minuto para leitões com menos de 25 kg até 1 litro/minuto para leitões acima desse peso;
  • Optar por baias com divisórias de grade, em vez de concreto, pois elas permitem melhor ventilação e higienização.

Fatores que afetam as fases de engorda dos suínos

Para garantir o controle das fases de engorda dos suínos, é fundamental ter uma boa gestão no manejo dos animais, principalmente, levando em conta a nutrição, sanidade e ambiência.

Para obter bons resultados quanto à produtividade do lote, veja os principais fatores que o produtor deve considerar!

Instalações adequadas

Como vimos, os suínos precisam de alguns cuidados relacionados ao ambiente para ter conforto e bem-estar ao longo da sua vida. Para isso, o produtor precisa fazer um bom gerenciamento de sua propriedade.

Isso significa disponibilizar utensílios que auxiliam no bem-estar animal, como:

  • Comedouros;
  • Bebedouros;
  • Pisos;
  • Iluminação;
  • Aquecimento artificial;
  • Ventiladores.

Conversão alimentar dos suínos

A conversão alimentar é um dos parâmetros mais utilizados para avaliar o desempenho dos animais, principalmente nas fases de creche e terminação. 

Ela é definida basicamente pela quantidade de ração necessária para produzir 1 kg de carne. Dessa forma, é utilizada amplamente pela sua relação entre o ganho de peso e o consumo de ração.

Nesse quesito, é importante contar com tecnologias que ajudam a melhorar a conversão alimentar em suínos.

Manejo adequado

Na suinocultura, a mudança entre as fases deve ocorrer de uma forma tranquila, sem agitar os animais. Também deve haver a separação dos lotes de acordo com o seu tamanho e sexo.

Um manejo estratégico e adequado evita o estresse dos animais, brigas entre o lote e desvios de comportamento no consumo da ração.

O manejo sanitário também é importante para evitar a ocorrência de doenças nos animais. Para isso, é fundamental a implementação de medidas como:

  • Higienização e sanitização do ambiente, 
  • Ração adequada às necessidades nutricionais,
  • Fornecimento de vacinas e medicação necessária.

Índice de mortalidade

O índice de mortalidade está diretamente relacionado à gestão ineficiente do bem-estar animal. Para reduzir essa taxa, é importante identificar as causas das mortes. Entre os principais fatores, destacamos:

  • Desvios de comportamento no consumo da ração;
  • Estresse;
  • Doenças;
  • Manejo e instalações incorretos.

Essa avaliação possibilita a implementação de ações corretivas e também aplicação de medidas preventivas para evitar perdas maiores na produtividade.

Tecnologias para gestão da suinocultura

A utilização de soluções tecnológicas torna o gerenciamento da produção de suínos mais prático, além de fornecer um maior controle de dados da produção. 

Em relação às fases de criação de suínos, essas tecnologias podem contribuir para a eficiência da produção, manejo e bem-estar animal.

Veja algumas ferramentas indicadas para atingir bons resultados!

Meu Lote

Uma solução tecnológica para a gestão da suinocultura é a plataforma Meu Lote. Com ela, é possível aumentar a produtividade e reduzir os custos. A sua implementação traz diversos benefícios, como:

  • Obtenção de informações sobre o lote em tempo real;
  • Cálculo do consumo de ração e estimativa do ganho de peso diário do lote;
  • Facilidade para realizar pedidos de ração por meio de aplicativo e para verificar o status do pedido;
  • Controle de medicações utilizadas, período de carência e dosagem indicada;
  • Registro da mortalidade e das causas relacionadas;
  • Recebimento de alertas e notificações sobre eventuais desvios nos lotes.

RSUI

RSUI é o Sistema de Rastreabilidade da Carne Suína, que permite o controle da cadeia produtiva de carne suína. Essa solução foi desenvolvida com base nos protocolos mais rigorosos de segurança dos alimentos do mundo.

O processo de rastreabilidade da carne suína é uma ferramenta que possibilita a obtenção de informações e o monitoramento de dados desde o abate até a expedição do produto final. 

Dessa forma, é uma solução importante para garantir o controle de qualidade da produção de alimentos.

A implementação do RSUI possibilita:

  • Alinhamento com os protocolos internacionais;
  • Redução da não conformidade de produtos;
  • Segurança da origem dos alimentos por meio da rastreabilidade sanitária do lote de criação ao abate do suíno;
  • Gestão, segurança e padronização dos dados;
  • Controle do tempo de carência dos medicamentos;
  • Controle de saldos e ocorrências dos lotes no campo e na indústria;
  • Acesso ágil, eficiente e centralizado aos dados armazenados na nuvem do sistema;
  • Emissão de boletins sanitários.

A eficiência na gestão das fases de engorda na suinocultura aliada à tecnologia

A gestão eficiente das fases de engorda dos suínos, como creche e terminação ou wean-to-finish, é fundamental para o bem-estar animal. Isso resulta no aumento da produtividade do lote e redução de custos.

Para alcançar esse objetivo, deve-se proporcionar o manejo recomendado com as instalações adequadas. É preciso também avaliar o desempenho do animal através da conversão alimentar e do índice de mortalidade.

Nesse sentido, é importante que as agroindústrias de suínos busquem soluções tecnológicas para gestão e controle de dados. Dessa maneira, é possível aumentar a qualidade do produto e tornar a cadeia produtiva mais eficiente e transparente.

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