Tomar medidas para uma suinocultura sustentável é uma tendência, já que a preocupação com a degradação do meio ambiente é mundial. A possibilidade de tratamento dos resíduos da suinocultura existe e é um dos fatores que podem fazer os consumidores optarem por um produto ou outro no mercado.
Afinal, o papel do consumidor também é incentivar uma indústria mais ecologicamente correta. A suinocultura industrial tem se preocupado com isto, além, é claro, da adequação às normativas e atenção aos órgãos fiscalizadores da atividade. Isto se deve ao destaque cada vez maior da suinocultura brasileira no mercado mundial.
Os sistemas de confinamento e as grandes densidades de população de animais em um mesmo galpão estão entre os maiores problemas desta atividade. Isso porque o acúmulo dos rejeitos gerados pelo rebanho é manejado muitas vezes de maneira incorreta, tornando uma fonte altamente poluidora para o solo, os recursos hídricos e também o ar.
Um dos maiores efeitos da suinocultura para o planeta é a produção de gases de efeito estufa. Cerca de 60% dos gases provocados por atividades pecuárias são provenientes dos dejetos da suinocultura: o metano (CH₄) e o óxido nitroso (N₂O) são os mais produzidos.
Esses gases, resultados da produção animal, ficam presos na atmosfera terrestre e absorvem muito mais energia do que o gás carbônico (CO₂), formando-se assim o efeito estufa.
Já existem maneiras de reaproveitar os dejetos dos suínos, como o uso de biodigestores e bacias de decantação. O tratamento correto de resíduos, além de ser economicamente viável, torna a suinocultura sustentável.
Como minimizar gases de efeito estufa
O uso dos dejetos suínos para produção de adubo, se feito corretamente e em quantidades moderadas, não prejudica o solo e o desenvolvimento das plantas. Porém, se aplicado em excesso, pode acabar contaminando o solo, as lavouras e os lençóis freáticos.
Muitas vezes esses danos são percebidos após muito tempo da prática, quando já é tarde para reverter o problema. Portanto, o manejo, a destinação correta dos dejetos da suinocultura e o planejamento deste tratamento são importantes para evitar danos ambientais. Veja algumas práticas:
Modificar a dieta dos animais
Desenvolver dietas que utilizem milho, arroz e soja, além de ser mais viável economicamente, faz parte da suinocultura sustentável.
Proteínas reduzidas, enzimas isoladas e biodisponibilidade de aminoácidos têm sido alternativas indicadas por nutricionistas. Estes insumos favorecem a digestão e diminuem a quantidade de gases poluentes nos dejetos.
Gerenciar os dejetos
Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é importante desenvolver um planejamento para a coleta, armazenamento e tratamento dos dejetos. Para isso, deve-se levar em conta as características da propriedade, como tamanho, desempenho, carga orgânica e produção.
Algumas opções para armazenar na propriedade, se houver espaço, é utilizar decantadores que possuam sistemas de tratamento e tecnologias para serem aplicadas nas fases líquida e sólida. Isso minimiza os nutrientes, o odor e auxilia a compostagem e a geração de biogás.
Caso não haja espaço para esta atividade, uma alternativa é a produção de lodo e o tratamento posterior. O lodo possui propriedades altamente fertilizantes devido à concentração de nitrogênio, fósforo e potássio.
Ele precisa ser armazenado por pelo menos 120 dias para estabilização, e só então pode ser utilizado como adubo. Nesse período, os gases podem ser utilizados para geração de biogás.
Tampar as lagoas
Construir lagoas impermeáveis para evitar a contaminação do solo através de infiltração também é uma possibilidade para a suinocultura sustentável. Essas lagoas para o escoamento e armazenamento dos dejetos suínos têm como função capturar o metano para transformá-lo em uma fonte de energia para a propriedade.
A prática é chamada de digestão anaeróbia dos dejetos e serve de base para o fornecimento de energia por um biodigestor.
Aplicar os dejetos no solo
Uma possibilidade para promover uma suinocultura sustentável é a aplicação dos dejetos suínos no campo, utilizando-os como adubo. Devido à alta concentração de nutrientes, esses materiais são bons fertilizantes, que podem ser armazenados na forma sólida ou líquida.
Para haver destinação correta, é importante compreender os nutrientes contidos naqueles dejetos, entender como devem ser aplicados em cada lavoura específica e reduzir o desperdício de água na produção.
Utilizar subprodutos do etanol na ração
O grão de destilaria seco e o grão de destilaria úmido são produtos gerados a partir da produção de etanol de milho, que podem ser utilizados na dieta de suínos. Além de ser uma opção barata para incluir na ração dos animais, contém fibras que podem ter efeitos benéficos na digestão.
Plantar árvores nativas
A plantação de árvores ou gramíneas ativas ao longo da propriedade e ao redor da área de produção ajuda a absorver CO2. Além disso, forma quebra-ventos e sombra, tornando o local mais fresco e favorecendo a umidade.
Como minimizar os impactos na produção de suínos:
O uso de tecnologias no campo tem ajudado os produtores a reduzir os impactos ambientais e a tornar a suinocultura sustentável. As condições de higiene da produção, o bem-estar animal e a sustentabilidade têm sido preocupações do consumidor.
Por isso, os produtores têm se adaptado e aplicado melhorias em suas propriedades para atender às novas exigências:
Bebedouros
A instalação de bebedouros que forneçam água limpa e fresca deve ser uma prioridade. Além de evitar que os animais consumam água não potável e adquiram doenças, bebedouros podem ter sua velocidade e volume de água controlados para evitar desperdício.
Para esta finalidade, já existem bebedouros automáticos disponíveis no mercado. Sua instalação necessita de adaptação do sistema hidráulico e posicionamento adequado. Porém, evita o desperdício de água e consegue suprir a necessidade dos animais.
Cada fase dos suínos demanda uma necessidade hídrica diferente. Este é um cuidado que o produtor precisa ter com relação ao manejo dos animais.
Captação da água da chuva
A captação de água da chuva é uma alternativa sustentável para a limpeza das instalações da suinocultura. Além de ser uma água limpa, ela será reaproveitada, o que é benéfico para todos.
A captação da água da chuva pode ser feita pelo telhado através de calhas, com armazenamento em cisternas após a filtração para retirada de sólidos.
Uso de cisternas
O uso de cisternas para armazenar a água da chuva é ideal para limpezas da propriedade e até mesmo para fornecer aos animais, dependendo da qualidade. Para isso, é recomendada a análise da qualidade desta água periodicamente.
Para garantir a limpeza, é importante que a cisterna seja bem vedada para evitar entrada de luz solar ou passagem de animais pequenos, a fim de evitar a contaminação.
Controle da ração
O apoio de nutricionistas é fundamental para criar dietas ricas em fibras e que diminuam, por exemplo, a amônia e o óxido nitroso. Ingredientes concentrados e nutrientes solúveis podem ajudar a reduzir essa emissão de gases.
Não há dúvidas de que as mudanças climáticas criam desafios para a suinocultura, mas existem maneiras de gerenciar tais desafios e investir em iniciativas sustentáveis.
Com o auxílio de tecnologia, você pode acompanhar tudo o que acontece na sua propriedade e gerenciar o manejo dos animais e o encaminhamento dos dejetos.
O sistema Meu Lote da Granter promove maior agilidade e eficiência em seus processos. Além disso, você acompanha todas as etapas da produção e cuidado com os animais, como:
- Compra e administração de ração;
- Controle da dieta;
- Arraçoamento adequado a cada fase de desenvolvimento;
- Perfil das propriedades;
- Desempenho de consumo;
- Mortalidade.
Assim, pode ter um melhor controle da qualidade do que os animais consomem e verifica se está de acordo com a suinocultura sustentável. Além disso, ainda pode ter uma redução nos custos de produção.