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Produção de suínos

Nutrição animal: entenda a alimentação correta dos suínos por fase

Por 14 de dezembro de 2020março 16th, 2021Sem comentários

Atualmente, a carne suína é a proteína mais consumida do mundo. Com participação fundamental nesse índice, o Brasil segue como o quarto maior produtor e exportador, com perspectivas positivas para o futuro diante do cenário mundial e considerando a modernização das granjas e indústrias.

De acordo com levantamentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a previsão era de que no ano de 2020 a produção mundial de suínos registraria uma queda de 10% em relação a 2019. No entanto, as expectativas para o mercado brasileiro foram positivas, com previsão de crescimento de 5% do ano anterior para o atual, com aumento de 15% das exportações.

Esse cenário favorece os produtores e as indústrias de suínos do Brasil, pois gera  oportunidades de parcerias para abastecer o mercado mundial e para receber em dólar pela produção e beneficiamento. 

No entanto, é importante ressaltar que para poder atender ao mercado nacional e internacional com êxito, os produtores e integradoras devem estar sempre em busca de estratégias para reduzir os custos de produção e aumentar a produtividade e o ganho de peso dos animais

Para isso, vale a pena entender melhor as fases da nutrição animal e colocar inovações em prática para otimizar essas etapas. Quer saber mais sobre como melhorar o retorno desse investimento e garantir a nutrição animal? Então continue a leitura e confira!

Quais são as categorias produtivas dos suínos

Em cada fase produtiva os suínos apresentam necessidades nutricionais diferentes e específicas. Logo após o desmame, os produtores devem planejar as etapas de creche, crescimento e terminação de acordo com essas exigências nutricionais.

Desse modo, ele conseguirá estimular o bom desenvolvimento dos animais e criar um ambiente favorável para reduzir perdas com doenças ou mortes. Afinal, investir na nutrição animal é investir também no bem-estar, na saúde e na qualidade de vida dos mesmos – o que também tem grande influência no desempenho geral do plantel.

Creche

A fase da cresce se inicia logo após o desmame dos leitões. A troca de ambiente, a separação da mãe, as modificações na dieta e o reagrupamento dos suínos tende a aumentar o estresse entre eles, o que exige um maior cuidado nessa etapa.

Do ponto de vista nutricional essa também é uma fase delicada, pois os animais precisam deixar a alimentação líquida e se adaptar a uma alimentação sólida. Em geral, essa mudança acontece quando os leitões completam 21 dias, podendo se estender até 28 dias caso o peso ideal para o desmame não tenha sido atingido.

Crescimento

Após a creche, os animais são então conduzidos para a fase de crescimento. Eles são conduzidos para essa etapa quando atingem a idade de 63 a 70 dias de vida e ficam nela até completar de 100 a 110 dias.

Essa classificação também pode ser feita pelo peso do animal, iniciando a fase quando atingem de 25 a 29 kg e saindo dela ao alcançarem a marca de 55 a 65 kg.

Nessa etapa, é necessário haver uma maior exigência nutricional e atenção com a escolha da qualidade e composição das rações, pois nesse período os animais passam por um processo de crescimento do tecido magro, 

Terminação

Por fim, os suínos seguem então para a fase de terminação. Nesse momento os animais serão alimentados com o objetivo de alcançarem as exigências necessárias para serem comercializados no mercado nacional ou internacional.

Na fase de terminação estão concentrados os maiores custos com nutrição animal de toda a cadeia, pois o objetivo é o ganho de peso para o abate. O abate pode acontecer por idade ou por peso, sendo de 130 a 140 dias ou de 90 a 100 kg, e no caso dos suínos pesados de 163 a 170 dias ou 115 a 130 kg.

Qual o tipo ideal de alimentação de acordo com a fase produtiva para a nutrição animal

Os custos com a nutrição animal são os mais representativos dentro do custo total de produção, podendo representar cerca de 70% do valor total dos investimentos na pecuária. Considerando isso e com o objetivo de garantir a rentabilidade máxima da suinocultura, os cuidados com a alimentação devem ser planejados para garantir a nutrição dos suínos com o menor custo possível.

Entender a importância da alimentação em cada uma das fases produtivas é o primeiro passo para conseguir alcançar esse equilíbrio de maneira eficiente e melhorar a produtividade, o vigor, a saúde e o ganho de peso dos animais

Creche

Considerando que os animais chegam na creche consumindo apenas alimentação líquida, a nutrição animal nessa etapa precisa ser planejada para a adaptação do organismo dos leitões às rações. Nesse cenário, é importante optar por produtos com um alto coeficiente de digestibilidade.

A digestibilidade da ração representa o nível de aproveitamento que o animal terá dos nutrientes e aminoácidos que estão inseridos na composição. Para que o sistema digestivo consiga se adaptar de maneira mais eficiente e rápida sem sofrer deficiências nutricionais, é essencial escolher rações enriquecidas, de qualidade e com um bom percentual de digestibilidade e palatabilidade.

Como exemplo de ingredientes digestíveis e palatáveis para a alimentação de leitões, podemos destacar: 

  • Farinha de peixe;
  • Soro de leite;
  • Leite em pó;
  • Farinha de vísceras de aves;
  • Farinha de penas;
  • Proteína hidrolisada de frango;
  • Minerais orgânicos;
  • Leveduras;
  • Concentrado proteico de soja.

Crescimento 

A nutrição animal na fase de crescimento e engorda dos suínos tem grande impacto na qualidade da carne que será produzida e comercializada. Devido ao maior crescimento do tecido magro, a tendência é que os animais consumam menos ração do que o necessário para a demanda nutricional do organismo nesse momento.

Por isso, o planejamento alimentar deve incluir rações com alto teor proteico e bom conteúdo energético. Para estimular o consumo dos suínos, a ração também deve manter um alto índice de palatabilidade.

A textura da ração também pode ter grande influência na fase de crescimento. Podem ser oferecidos alimentos em farelo, triturados ou peletizados. No entanto, os animais tendem a preferir texturas úmidas ou líquidas.

Além de ser mais atrativa e palatável, a alimentação líquida também melhora a conversão alimentar e o ganho de peso nessa etapa.

Terminação

Na etapa de terminação as necessidades nutricionais dos animais podem variar de acordo com o peso, a idade, o sexo e as especificações genéticas e sanitárias de cada suíno. Para alcançar o potencial máximo de produtividade do plantel, o ideal é optar por um manejo mais preciso, mantendo um bom controle e monitoramento dos animais.

Essa fase, em relação às outras, é mais delicada por conta dos custos, uma vez que os animais consomem muito, mas não convertem. Por isso, geralmente a alimentação é livre apenas até os 70 dias da fase de terminação.

Por apresentar uma menor exigência nutricional, essa fase tende a ser o oposto da fase de crescimento, ou seja, os animais passam a comer mais do que necessitam para suprir suas necessidades. Para manter o equilíbrio da nutrição animal nesse momento, é importante continuar oferecendo rações balanceadas e de qualidade, objetivando o ganho de peso para o abate com o melhor custo-benefício.

Na fase de terminação, podem ser oferecidas rações compostas por ingredientes como:

  • Milho;
  • Sorgo;
  • Triguilho;
  • Resíduos agroindustriais, como cascas, bagaços, tortas e sementes.

Nutrição animal de precisão: o que é e quais as vantagens desse método para a produção animal

Em resumo, a nutrição animal de precisão consiste no uso de tecnologias e dados inteligentes para gerar uma dieta completa e com alta eficiência para suprir todas as necessidades dos animais de acordo com as particularidades do plantel. Essas informações podem ser geradas a partir de dispositivos, como sensores, equipamentos tecnológicos e programas de software de gestão e/ou manejo.

Por garantir maior precisão na nutrição animal, a tecnologia e a automação reduzem os riscos de doenças por baixa resistência, as deficiências nutricionais e a taxa de mortalidade dos animais. Além disso, investir nas inovações também ajuda a reduzir os custos de produção e os desperdícios.

Um ótimo exemplo de tecnologia acessível para produtores e agroindústrias que desejam maximizar os lucros é a plataforma Meu Lote. Ela ajuda a integrar a cadeia produtiva da suinocultura e melhora a comunicação e respostas dentro de cada setor. 

Através da plataforma Meu Lote os produtores conseguem monitorar o consumo de ração dos animais em cada um das fases produtivas e fazer solicitações para a fábrica sem sair da propriedade. 

Também, é possível comparar o desempenho de cada ração no campo e como os animais estão consumindo. Pode-se até mesmo identificar casos sanitários de salmonella no alimento, por exemplo, para identificar rapidamente em qual lote essa ração se encontra. 

Outra funcionalidade é a técnica de arraçoamento, onde é possível cadastrar a dieta dos lotes, sugerindo a quantidade e o tipo de ração ideal para cada fase. Além disso, garante que os animais recebam a dieta prevista obtendo melhoria dos resultados de conversão alimentar e garantindo a nutrição.

Além de facilitar a comunicação, essa funcionalidade também gera um histórico significativo para produtores e integradoras, pois registra a estimativa de consumo de ração desde a creche a terminação para um cálculo preciso dos custos com a nutrição animal. 

Desse modo, os gestores conseguem avaliar melhor a relação entre despesas e receitas do plantel para aperfeiçoar o planejamento de maneira estratégica e lucrativa. Ao garantir uma nutrição animal completa com o menor custo possível, os produtores e agroindústrias conseguem extrair o melhor retorno de seus investimentos e atender com êxito um mercado cada vez mais promissor.

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